quinta-feira, 6 de maio de 2010

Inhotim - Artista escolhido: Tunga

Biografia - Antonio José de Barros Carvalho e Mello Mourão (Palmares PE 1952). Escultor, desenhista, artista performático. Muda-se para o Rio de Janeiro onde, em 1974, conclui o curso de arquitetura e urbanismo na Universidade Santa Úrsula. É colaborador da revista Malasartes e do jornal A Parte do Fogo. Na década de 1980, realiza conferências no Instituto de Filosofia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Santa Úrsula e na Universidade Candido Mendes. Recebe o Prêmio Governo do Estado por exposição realizada no Museu de Arte do Rio Grande do Sul, em 1986. No ano seguinte, realiza o vídeo Nervo de Prata, feito em parceria com Arthur Omar (1948). Em 1990, recebe o Prêmio Brasília de Artes Plásticas e, em 1991, o Prêmio Mário Pedrosa da Associação Brasileira de Críticos de Arte - ABCA pela obra Preliminares do Palíndromo Incesto. Para realizar seu trabalho, investiga áreas do conhecimento como literatura, filosofia, psicanálise, teatro, além de disciplinas das ciências exatas e biológicas.

Pesquisa
- Filho do escritor Gerardo de Mello Mourão, Tunga conhece o modernismo brasileiro muito cedo. Inicia sua carreira nos primeiros anos da década de 1970. Na época, faz desenhos e esculturas. Traça imagens figurativas com temas ousados. Na segunda metade da década, realiza peças tridimensionais e instalações. Utiliza correntes, lâmpadas, fios elétricos e materiais isolantes, como o feltro e a borracha. Os elementos são bem cuidados formalmente e têm desenho elegante. O artista busca relações fortes entre os diferentes materiais.

Nos anos de 1980, cria outras situações fantásticas, como Vanguarda Viperina (1986) e Xipófagas Capilares Entre Nós (1985). Em ambos, tenta extrair sentidos simbólicos de situações que se desviam da normalidade. Naquele momento, as obras passam a se referir umas às outras. O artista descreve seu trabalho como "um conjunto de trabalhos; onde um sempre leva ao outro, como se entre eles existisse um ímã”.
Na década de 1990, as relações energéticas entre metais diferentes e a recorrência de figuras de um repertório são cada vez mais freqüentes na obra do artista. A partir dessa década, a expansão das peças muitas vezes é conquistada na interação do trabalho tridimensional com as performances.

Tunga tornou-se um dos artistas contemporâneos mais relevantes da cena mundial, expondo em todo o mundo nas instituições de maior prestígio. No trabalho do artista são claras as influências do barroco e do romantismo. Sua constante construção de metáforas, através da associação livre entre diversas matérias que em princípio pareciam incompossíveis (imãs, cobre, vidros, etc.), em busca de novas significações, nos revelam também uma correspondência com as experiências dadaístas e surrealistas, e a importância da dimensão onírica.

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